Moral e Revolução
Na última semana e na que ora corre, a Revolução Russa tem sido o tema em pauta nas aulas de História do 9º ano do Ensino Fundamental no IEST. Neste contexto, o Prof. André Bacci traz um excerto da obra Moral e Revolução, de autoria de Léon Trotsky, o revolucionário a quem o jornalista estadunidense Bernard Shaw chamou de “o príncipe dos polemistas”. O texto, publicado como folheto dois anos antes de seu assassinato, em 1940, é um dos poucos escritos que tratam da moral do ponto de vista do marxismo. Confira:
“O evolucionismo burguês detém-se,
paralisado pela impotência, no limiar da sociedade histórica, não querendo
admitir que a luta de classes é a mola principal da evolução das formas
sociais. A moral não é mais do que uma das funções ideológicas desta luta. A
classe dominante impõe seus fins à sociedade e a habitua a considerar como
imorais os meios que se choquem com esses fins. Esta é a função essencial da
moral oficial. Ela procura ‘a maior felicidade possível’, não em favor da maioria,
mas de uma minoria cada vez mais restrita. Um regime semelhante, se baseando
apenas na coerção, não duraria uma semana. O cimento da ética lhe é
indispensável. A preparação desse cimento constitui a profissão dos teóricos e
moralistas pequeno-burgueses. Podem eles reluzir em todas as cores do
arco-íris, mas, no final das contas, não são mais que os apóstolos da
escravidão e da submissão.”
TROTSKY, Léon. Moral e Revolução. Paz e Terra: Rio de
Janeiro, 1969.

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